Tentativa e Falha Humana

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“Somos os mineiros que mineram pelo aço, o ferreiro que forja as correntes e o vilão que nos cativa aos nossos próprios medos.”

Se vislumbrarmos o passado, é fácil perceber um padrão nas atitudes humanas. Em todas as gerações , de todas as eras buscamos algo que dê sentido a nossa existência ,  ou senão , que ao menos possa tornar ela menos tortuosa.

 

O decorrer da história humana é repleto de ascensões e queda das mais diversos tipos de culturas, crenças e ideologias. Porém, o que podemos perceber em comum à todos os tempos da humanidade? Simples, as vezes, somos incapazes de nos satisfazer com a realidade que em que vivemos, com isso, estamos frequentemente em busca de um novo ideal para seguir. Temos entranhados à nossa mente o objetivo de dar foco às nossas ações. E consequentemente, acabamos em parte, nos decepcionando ao ver o resultado de nossas tentativas.

 

Usando a Grécia – berço da cultura ocidental – como um exemplo mais dinâmico, já se buscava explicação sobre a existência nos primórdios de sua sociedade. A mitologia grega , objetiva explicar tudo a cerca da existência por meio de figuras mitológicas, simbolismos e metáforas  e essas explicações foram concebidas e aceitas desde o período pré-Homérico (do século XX ao século XII A.C.) até o arcaico (do século VIII ao século VI A.C.) . Mas isso não bastou. No período clássico (do século V ao século IV A.C.) com a ascensão da escola filosófica de Mileto, primeira escola filosófica de que se tem registro, surgiram os primeiros pensamentos científicos criados a fim de entender o universo não mais por uma visão mítica, sendo a primeira ideia criado com o intento de explicar qual seria o elemento primordial que deu origem a toda a existência. Mitos e crenças infundadas não mais satisfazia a sociedade inteligente que se formava, procuravam agora uma explicação racional a fim do surgimento e da existência do universo.

 

evolucao-humanaAlguns séculos depois, surgia o que regeria os hábitos ocidentais. O cristianismo difundido na Europa trouxe às pessoas aquilo que elas ainda não tinham, trouxe um sentido, algo em que acreditar depois que a vida lhes era tirada. A popularidade cristã é facilmente explicada, tendo em vista que até então não se tinha indícios de deuses totalmente regidos por amor e capaz de perdoar qualquer ato cometido pelo ser humano. Mas os homens nem sempre são tão bons assim. Com o poder da igreja surgiu a inquisição (unidade militar regida pelos ideais cristãos, a fim de eliminar executar os hereges ou quem fizesse objeções aos dogmas da igreja), massacres, assassinatos etc. Quanto as cruzadas, mesmo encoberta por uma justificativa religiosa, já se tem relatos de que aos verdadeiros objetivos foram retomar o controle das rotas comerciais no oriente médio e diminuir o nível populacional que superava a produção alimentar. Mesmo que possamos enxergar esse acontecimento como uma barbaridade visto que até mesmo crianças foram mortas no processo, a fé da época incapacitou as pessoas daquele momento de ver a verdade. Na idade média, as pessoas finalmente tinham algum alvo para despejar todo seu amor e energias, sem atinar para aquilo que estava sendo pregado ou sua validade. Não obstante, mais uma vez não era o suficiente para o homem.

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Com o crescimento dos burgos (primeiras aglomerações de pessoas que posteriormente viriam a ser as cidades) e enriquecimento dos comerciantes na Europa, fortalecido pela ascensão da igreja protestante e sua valorização do acumulo das riquezas como indício da salvação divina, surgia agora algo novo para preencher o vazio humano: O lucro. Com a expansão do comércio, e as ideias renascentistas de valorização dos seres humanos, as pessoas viram-se tentadas não mais pela religião, agora viviam do trabalho e para o trabalho, com isso as pessoas, (em parte) abandonaram a religião e se voltaram para as cidades, para dar atenção à sua nova paixão. E com isso surgiu uma série de problemas sociais como a luta de classes causada pelo êxodo rural que resultou nas favelas, fome, desemprego e uma série de outros fatores prejudiciais à humanidade.

 

Decepcionados, surge a era moderna impulsionada com o advento das revoluções industriais que alavancou todas as áreas da ciência. O desenvolvimento em pesquisa de novas tecnologias, da robótica, da física, da química. O surgimento da televisão, do automóvel, e de tudo que se poderia imaginar para tornar o dia-a-dia cada vez melhor, sim, a tecnologia… Tudo estava finalmente “perfeito” com o auxílio da tecnologia era agora a única e definitiva maneira da raça humana viver. Até que duas cidades sumiram do mapa como resultado de nossa tecnologia.

 

E por isso afirmo:  “Somos os mineiros que mineram pelo aço, o ferreiro que forja as correntes e o vilão que nos cativa aos nossos próprios medos”

 

Passamos cada geração em uma tentativa desenfreada de procurar algo que explique a casualidade que é a nossa existência. E nessa tentativa deixamos pilhas de mortos no final, seja por lança ou bombas. Cada geração, independente da região ou do momento histórico busca algo para ser alvo de seus esforços

 

A humanidade se encontra em um momento único e especial na história. Estamos em momento de aculturação marcado pelo pós-modernismo. Cabe a sociologia e as demais ciências humanas estudarem nossa posição para darmos as resoluções necessárias às próximas gerações que passarem pela mesma situação.

Por,

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Pedro Janer

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