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As desigualdades na escola
Antes de falar das desigualdades escolares, é melhor concordar sobre a palavra “ desigualdade”. Uma desigualdade é uma diferença de acesso que gera uma organização hierárquica. A desigualdade é diferente da diferença. Uma desigualdade é uma diferença que se traduz com vantagens e desvantagens. Existem diferenças de sexo, de idade, etc. Vai ser uma desigualdade apenas se isto provocar uma desvantagem ou uma vantagem. A desigualdade pode ser uma relação entre indivíduos, grupos, países, sexos, gerações, etc. e podem se acumular. Por exemplo, se um individuo é uma mulher, sem qualificação, negra, morando numa favela. Estes fatores podem gerar desigualdades no mercado do trabalho, por exemplo. O Brasil é um pais onde as desigualdades são particularmente importantes.
Os fatores das desigualdades escolares
Diversos factores podem explicar as desigualdades escolares.
O mais importante é o ambiante socioeconômico, mas não é o único. As desigualdades se explicam em função da origem da família. Por exemplo, um aluno que tem os seus pais que são qualificados vão ajudar o seu filho, vão se preocupar da sua educação escolar. Quando este aluno voltar à sua casa depois da escola, os seus pais vão lhe perguntar se ele tem que estudar no dia seguinte, quais são as suas notas, etc. Ele vai ter o costume de ler livros, ir a museus, atividades como estas. Os pais (que são uma instancia de socialização) vão ter cuidado com o feito que o filho tenha boas notas, tenha uma boa atitude na escola. De um outro lado, se o filho tem os seus pais que não sabem falar muito bem português, que não têm qualificações, os pais não poderão lhe ajudar da mesma maneira com a escola, não poderão lhe aconselhar para os seus trabalhos, para lhe acostumar com a cultura (ler livros, ir ao museu…), lhe ajudar com o seu futuro escolar. Então aqui existe uma primeira desigualdade importante.
Também, existe uma desigualdade entre meninos e meninas. Na verdade, o gênero produz desigualdade na escola. As meninas têm melhores resultados (notas) que os meninos. Desde a socialização primária (infância), as meninas são valorizadas se elas têm boas notas e tem o comportamento que corresponde à imagem que a sociedade espera de uma menina. Os pais não vão ter a mesma atitude se o seu filho e sua filha não têm uma atitude seria. Geralmente aceita-se com mais facilidade se o filho não gosta de ir à escola. Então, aqui existe uma outra desigualdade, as meninas têm melhores resultados que os meninos. Mas, sabemos que, no futuro, no mercado de trabalho por exemplo, elas têm mais dificuldades para encontrar um trabalho.
Também existe uma desigualdade entre as zonas das escolas. As aulas dentro de uma favela, não vão ser as mesmas que uma aula numa escola que se situa em um bairro rico. Que seja ao nível dos outros alunos, a presença do professor, etc. Vão ser diferentes e gerar desigualdades.
Explicação do sociólogo Pierre Bourdieu
Pierre Bourdieu é um sociólogo francês que é autor do conceito de diversas formas de capitais: econômico (dinheiro, salário), cultural (conhecimento, saber fazer) e social (relações). Segundo ele, os indivíduos têm estes três “capitais”, mas em proporções diferentes. Em função destas diferenças, é criada a estratificação social. Segundo ele, a escola é um lugar onde se reproduzem as desigualdades. Em função da origem social, os alunos conhecem desigualdades de capitais e isso gera uma reprodução social. O aluno vai ter “capitais” perto dos “capitais” dos pais.
Além disso, a escola é uma instituição onde o professor esta presente para ensinar aos alunos conhecimento relativo às classes dominantes. Para ser mais concreta, o professor vai tentar ensinar as maneiras de falar dos indivíduos ricos do Brasil e não dos pobres. Assim, são excluídos uma parte dos alunos porque estes não têm o costume de falar desta maneira com a família, desta maneira, têm de fazer mais esforços que os demais colegas. Pierre Bourdieu chama isso de “violência simbólica”.
E você, têm outros exemplos de desigualdades na escola? Você não concorda com Pierre Bourdieu? Você se interessa por este sociólogo francês e quer saber mais sobre ele? Não deixe de de compartilhar a sua opinião com um comentário! E se você têm perguntas, farei questão de te responder mais abaixo. Até a próxima!
