Criminologia

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criminologiaCriminologia: uma ciência empírica e interdisciplinar

Etimologicamente o termo “criminologia” tem derivação do grego, significando tratado ou estudo dos crimes. Convencionou-se a utilização deste termo para designar a gama de saberes e conhecimentos concernentes a criminalidade, dentro disso incluem-se informações acerca das vítimas da criminalidade, suas causas, controle social deste tipo de ato, personalidade do sujeito que o realiza e possibilidades de ressocialização do mesmo. Então, o que é a Criminologia?

A criminologia, portanto, configura-se enquanto uma ciência empírica e interdisciplinar. Empírica por partir da constatação e observação de ocorrências repetidas de atos semelhantes em busca de uma compreensão da lógica dos mesmo, e interdisciplinar por envolver estudos da área de direito, sociologia, psicologia, biologia, antropologia e tantas outras, na busca por compreender o crime enquanto um fenômeno social que implica em diversos segmentos da vida social e individual.

Em seus primórdios, a criminologia surgiu como uma busca da causa dos delitos cometidos, através de métodos próprios das ciências naturais, com base na crença que através deste conhecimento tornar-se-ia possível a partir do conhecimento da causa, eliminar o efeito, no caso o ato criminoso.

Rousseau e o estudos de criminologia

A criminologia já esteve ligada a diferentes tendências e hoje percebemos sua divisão em escolas: A escola clássica no século XVIII, a escola positiva ao longo do século XIX e a escola sociológica ao final deste mesmo século.

Dentro das tendências mais difundidas entre os estudos de criminologia encontra-se a visão de Rousseau, que acreditava que esta ciência deveria buscar na sociedade a causa do delito cometido.  Lombroso, por sua vez, defendia que para que fosse possível erradicar esses comportamentos delinquentes deveríamos buscar no próprio indivíduo infrator a causa daquele comportamento, a não no seu meio social.

Observando-se as propostas destes dois importantíssimos teóricos percebemos logo de cara um embate direto naquilo que os mesmo defendem: enquanto, num pensamento de cunho sociológico, Rousseau atribui e busca sempre na sociedade as motivações e causas do delito, Lombroso através de um raciocínio orgânico acredita que se deva buscar esses fatores no próprio infrator.

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A busca pelo motivo exclusivo que explicasse os comportamentos criminosos fez com que essas duas teorias acabassem por ser refutadas e hoje falamos de algo mais amplo, incorporando diversos elementos e situações. Agora fala-se muito no elemento bio-psico-social, ou seja, uma interação entre fatores psicológicos, biológicos e também os sociológicos que seriam então capazes de construir uma explicação plausível para a existência de comportamentos delinquentes.

Dentro do fator biológico muitos estudos associam a agressividade do delinquente a testosterona, e os estudos em trono do genoma humano  buscam frequentemente mapear algum conjunto de possíveis genes da criminalidade . Acerca dos fatores sociológicos os estudos em geral direcionam-se para a compreensão dos efeitos do convívio social e de possíveis traumas derivados desse ambiente ou do ambiente familiar.

Criminologia: uma ciência psicossocial

O mais comum em nossos dias e abordar o individuo que comete atos criminosos  através de uma concepção de caráter multifatorial. Ou seja, já não há uma crença de que haja uma única causa capaz de explicar determinados comportamentos, e busca-se portanto compreender a interação entre esses diversos fatores que acabam por influenciar de alguma forma o comportamento humano. Nesse movimento a criminologia moderna vem tentando eliminar o conceito de causa, passando a pensar em fatores  que de alguma forma sejam relevantes para a compreensão do fato em questão.

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Assim de alguma forma ao longo do tempo podemos continuar compreendendo a criminologia enquanto uma ciência que busca compreender  a existência do crime e da delinquência praticada na sociedade de modo a tornar possível seu diagnóstico o e busca por meios também científicos de erradicar esses comportamentos, e embora ainda não tenhamos a “cura” para esse mal social, os esforços dessas ciência já tornaram possível o conhecimento de muitos dos fatores que desencadeiam este tipo de comportamento.

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Sobre Sociologia

Guilherme Scottá trabalha junto com a socióloga Léa Mougeolle para trazer os melhores textos relacionados à Sociologia para você!

  • Sara Fernandes

    Agora fala-se muito no elemento bio-psico-social, ou seja, uma interação entre fatores psicológicos, biológicos e também os sociológicos que seriam então capazes de construir uma explicação plausível para a existência de comportamentos delinquentes esse elemento deve sim ser levado em consideração pois esses fatores influenciam muito no comportamento do individuo.

  • Eduardo

    Eu achei legal