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O mundo sempre foi composto de indivíduos diferentes uns dos outros. Independentemente do continente, país ou região, pessoas que agem, pensam e vivem de maneira diferente convivem diariamente.
O presente texto terá como tema não a importância das diferenças, mas sim, como ocorre a criação de algumas diferenças, ou seja, como muitas vezes pessoas são consideradas diferentes, ou estranhas, simplesmente por não se encaixarem ao que é considerado normal pela sociedade.
QUEM SÃO OS ESTRANHOS?
As pessoas não nascem já consideradas estranhas, elas se tornam estranhas devido à sociedade. Algo é considerado o normal, o certo, o que deve ser seguido, quem não segue esse “algo” se torna diferente, e então duas conseqüências nascem dessa situação, ou elas são excluídas, ou ocorre a busca de fazê-las se adequarem àquilo que é considerado o normal.
E COMO ELAS SE TORNAM ESTRANHAS?
Existe, como nunca antes, formas diversas de “criação dos estranhos”. Os estranhos podem ser desde aqueles que usam roupas coloridas em algum lugar formal, até o indivíduo que possui uma religião diferente da que é seguida pela maioria das pessoas no local em que este reside.
Bauman, que já citei mais de uma vez aqui no site, foi de quem “transcrevi” o título desse texto, o sociólogo polonês fala que toda sociedade produz seus estranhos. Portanto é possível notar que essa não é uma prática isolada, ela ocorre há muito tempo, e em todos os lugares.
As pessoas que são consideradas estranhas possuem algo de diferente que, para elas, é comum, esse algo diferente é uma característica notada apenas por quem não está acostumado a elas. Portanto, quando um asiático chega ao leste europeu, pode ser visto como um estranho, não por realmente ter algo de curioso em seu jeito ou forma de viver, mas, simplesmente, porque não é visto como alguém próprio daquele lugar, e as duas consequências citadas anteriormente aparecem rapidamente, ou seja, ou o indivíduo asiático no leste europeu será excluído, ou haverá a tentativa de fazer com que ele se adapte aos costumes locais, deixando de lado sua cultura e tradições, para somente assim deixar de ser visto como um estranho.
E NO BRASIL? EXISTEM “ESTRANHOS”
Como havia dito, a produção dos estranhos não ocorre somente em um lugar, neste caso, sim, existem aqueles que são considerados estranhos no Brasil. Talvez o melhor exemplo seja o tratamento dos brasileiros com relação aos índios.
Uma das coisas que mais se vê hoje em dia são índios perdendo suas terras no Brasil. Consequentemente, ocorre a chegada dos índios nas cidades. E, quase que automaticamente, o estigma de estranho surge. O índio se vê obrigado a deixar suas culturas de lado, a se vestir como “homem da cidade”, ou, senão, será excluído.
A criação dos estranhos é algo que ocorre diariamente e muitas vezes é imperceptível, e isso traz um grande mal para a sociedade, que é o enfraquecimento das culturas.
Impor uma cultura sobre a outra enfraquece o laço de pertencimento das pessoas, elas parecem não pertencerem a lugar algum a partir dessa imposição.
O importante é a preservação das culturas, e que as diferenças sejam vistas para que sejam respeitadas. Religião, idioma, cultura, ou qualquer outra característica vista como motivo para diferenciação de tratamentos não devem servir para fazer com que alguém tenha que modificar, quase que inteiramente, seu modo de ser, e de viver, para ser aceito em algum lugar.
